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MATERIAIS, CORES E CORTES

 

Para compor esta coleção, foram consideradas as crenças, o orgulho da cultura indígena, os pensamentos positivos que somam as forças da natureza, os critérios da marca e a necessidade do público alvo.

 

A coleção está dividida em três momentos: o sóbrio, a alucinógena e a plenitude. Cada momento é representada por dois looks confeccionados e mais um que representa o Xamã, quem conduz este ritual, resultando em 7 looks.

 

A Trisma buscou elementos naturais, e outros que representam a força da floresta, de forma objetiva e funcional, para compor a cartela de materiais desta coleção.

A forma da modelagem das partes superiores se dá através de vestir os manequins com um manto/poncho e ir refilando-o de forma que sem costura/emenda resultasse em uma peça extremamente simples, que abraça e se encaixa no corpo.

 

 No primeiro momento, o couro de vaca estonado com estética de couro de elefante em cor amarela foi escolhida para representar o sol dourado de cada dia que aquece as aldeias, que agita os pensamentos, clareia e expõe a verdade. O sol é a origem e o criador de todo o patuá. As peças amarelas carregam todas as suas crenças, representada através das pinturas, e grafismos com nós, representando a cultura, a pele, e os nós, que simbolizam os problemas neles contidas. O tecido camurça foi escolhido por aquecer e abafar a transpiração do corpo, representando a angústia.

 

O segundo momento é composto por croppeds preto, de textura de crocodilo e com franjas, A cor foi escolhida por simbolizar os mistérios da noite. As peças são bem pesadas, assim como a intensidade dos rituais, os sapatos são de couro sintético holográfico, que representa a imagem, e a cor que os indígenas não consegue nominar, mas explicam como o reflexo da água, as escamas dos peixes; as pinturas os que adornam são de origem alucinógenas, resultantes dos feitos dos rituais, que se enfatizam com a lavagem espiritual, o momento em que o ser, expeliu tudo o tinha de ruim, levando-o ao gorfo, representado pelas franjas. As calças deste momento se abraçam ao corpo de forma irregular, com cortes diagonais e sobreposição e mistura de tecidos (linho de trama larga e lã fria) que vão de trás pra frente, e vice-versa.

O terceiro momento representa a plenitude, o encontro com o eu, o autoconhecimento, este é simbolizado pela cor azul celeste, o azul da plenitude, azul refrescante, do céu que clareia e acompanha o espirito renovado pela manhã. O tecido listrado (algodão) das calças vem reto e muda os sentidos, sendo entortados através da moulage aplicada, revê um sentido, revê um caminho, assim como quando se navega para dentro do pequeno eu, e caminhos anteriores encontram novos rumos. As camisas (linho de trama larga) tem um corte longo, que abraça e protege a altura do corpo, o espaçamento largo da trama faz-se transparente, apesar de protegido, e acolhido, o eu interior está mais exterior e mais exposto ao universo, renovado, limpo, grato e feliz.

 

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